Quando
o Povo Cigano Acampou na Minha Vida...
Se tem uma coisa na minha vida de que sempre gostei e sem o que não consigo viver, é a dança em todas as suas formas ritmos e diria até mesmo, todas as suas cores, rsrsrs. Desde muito criança sempre adorei dançar qualquer coisa que fosse, samba, forró, rock, country, enfim sempre gostei de tudo menos do funk sem ser o melody.
Por
isso quando eu tinha 15 anos, já fazendo aula de Capoeira desde os 13, comecei
a reparar o inevitável, que o que eu gostava mesmo era da parte de música e
dança e não da luta em si. Por isso eu saí, fiz uma aula experimental de dança
do ventre na Academia Rio Gym (próxima da minha casa) e essa então fixou
verdadeira casa de família (do tipo que passa de geração em geração na minha
vida) até hoje. Porém, depois de eu estar fazendo aula já há três anos,
cancelaram a turma de dança do ventre por falta de alunas e, querendo continuar
meus estudos de dança do ventre, conheci o Asmahan ainda em 2005, onde
continuei fazendo dança do ventre e estou até hoje.
E
curiosamente foi exatamente através da dança do ventre que, quase por acidente,
tomei contato pela primeira vez com a dança cigana. Senti necessidade de fazer
aula de dança mais vezes por semana e por isso, assim que abriu a primeira
turma de dança cigana no Asmahan, resolvi fazer dança cigana além da dança do
ventre. De início, comecei a fazer aula com a professora Yasmin Rajal e depois,
como ela infelizmente teve que sair devido a impedimentos físicos, continuei
com a mestra Annya Kalitsch, que entrou em seu lugar.
De
início eu achava que fosse ser simplesmente “só mais uma dança”, afinal até
então nenhuma outra dança (por mais que eu goste de todas) tinha tocado tão
profundamente na minha alma quanto a dança do ventre. Porém, o momento crucial
em que, digamos, “as barracas foram fixadas” foi na primeira apresentação que
fizemos com a Annya, no carnaval das culturas no ano passado. Da minha bagagem
de dança do ventre sempre aprendi que toda dança pede uma expressão fácil
(emoção) condizente com ela e que deve ser passada ao público para que esta
seja aproveitada ao máximo, então perguntei à Annya que expressão seria
condizente com a dança cigana. Ao que ela me respondeu: “Alegre e
principalmente sempre de cabeça erguida, isso porque em toda a sua história os
ciganos sempre foram párias, imagina então se, pra completar, eles ficassem de
cabeça abaixada.”

Mas
por fim, está aí, graças a todas essas influências hoje posso dizer que em
minha alma existe um edifício de dança do ventre e do ladinho dele (de forma bem
parecida com muitos países europeus) um acampamento cigano em que toda quarta
se acendem todas as fogueiras.
Belo texto hein Amanda! Senti que veio do fundo da alma e do coração. De parabéns! Obrigada pela sua genial ideia dos depoimentos e por sua colaboração tão rápida.
ResponderExcluirBeijos
Puxa Amanda que depoimento sentido, parabéns e saudades suas! Bjs
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