sábado, 27 de julho de 2013

Depoimento - Mariana Kexfe


Eu nem me lembro quando comecei a me interessar pela cultura cigana. Acho que ela já fazia parte de mim desde nova, eu só não tinha acordado para ela. Lá pelo ano 2000, que foi um marco na minha vida, conheci diversos mundos que não conhecia mais de perto - o misticismo, a yoga, a Wicca, entre outros, e, nas minhas andanças, conheci uma moça que jogava baralho cigano. Nós ficamos amigas e um dia ela jogou pra mim. Fiquei fascinada por aquele jogo tão simples e ao mesmo tempo tão certeiro. Na verdade, o baralho Lenormand nem é da tradição cigana, mas sim foi incorporado pelos ciganos, que já se utilizavam de outros meios de adivinhação. Gostei tanto que no ano seguinte, 2001, comecei a estudar e a jogar.
Em 2004, conheci um espaço na Tijuca que tinha dança cigana. Comecei a fazer, gostei muito, me identifiquei...mas acabei desanimando por ser a única aluna. Desmotiva, não tem a mesma animação, né? Então, fiquei alguns meses e saí, apesar de gostar muito. Enquanto isso, continuei jogando baralho cigano, na maioria das vezes só para amigos, mas depois acabei parando. Devo ter feito algo de errado, pois os jogos me deixavam muito cansada, eu me sentia desenergizada e acabei desistindo por esse motivo. Mas sempre buscava informações e sempre me interessei pela cultura.
Como o destino é implacável, ano passado, 2012, minha amiga Anna Cecília me ligou numa tarde de
setembro me convidando para fazer aula de dança cigana com ela. Me animei logo, quem sabe não seria uma experiência diferente? E foi. A turma tinha mais gente, a professora Annya Kalitsch era muito simpática (a outra, de 2004, tb era, infelizmente não me lembro do nome dela), até me apresentei em público algumas vezes, coisa que nem sequer cogitava fazer e que devo também à Anna por todo o estímulo. E estou há quase um ano fazendo dança cigana. Apesar de algumas coisas às vezes me desanimarem, alguns passos mais difíceis, alguma timidez, não desisto. Seria muito tolo desistir de algo que muda até mesmo o meu humor mais melancólico. rsrs
Recentemente, voltei a pesquisar sobre as cartas ciganas também. E estamos aí, posso me afastar um pouco, voltar, mas acho que minha vida está enredada com a dessa cultura tão interessante e tão bonita há muitos anos. Ainda tenho outros planos - estudar ciganologia é um deles - e é isso, acho que a cultura cigana ainda tem muito a me ensinar.


sexta-feira, 26 de julho de 2013

Novos depoimentos de "Quando o povo cigano acampou na minha vida" ...

Devido ao grande sucesso da postagem "Quando o povo cigano acampou na minha vida", nossas companheiras de dança cigana se animaram a compartilhar o início do contato delas com essa cultura tão bela. Abaixo você encontra o primeiro relato: o de Amanda Andermann sobre isso. 

Todos os leitores estão convidados a deixar seu relato. Basta enviar sua história para mentecigana@gmail.com que teremos o maior prazer de contá-la aqui com seu devido crédito.



Depoimento - Amanda Andermann



Quando o Povo Cigano Acampou na Minha Vida...


           
Se tem uma coisa na minha vida de que sempre gostei e sem o que não consigo viver, é a dança em todas as suas formas ritmos e diria até mesmo, todas as suas cores, rsrsrs. Desde muito criança sempre adorei dançar qualquer coisa que fosse, samba, forró, rock, country, enfim sempre gostei de tudo menos do funk sem ser o melody.
            Por isso quando eu tinha 15 anos, já fazendo aula de Capoeira desde os 13, comecei a reparar o inevitável, que o que eu gostava mesmo era da parte de música e dança e não da luta em si. Por isso eu saí, fiz uma aula experimental de dança do ventre na Academia Rio Gym (próxima da minha casa) e essa então fixou verdadeira casa de família (do tipo que passa de geração em geração na minha vida) até hoje. Porém, depois de eu estar fazendo aula já há três anos, cancelaram a turma de dança do ventre por falta de alunas e, querendo continuar meus estudos de dança do ventre, conheci o Asmahan ainda em 2005, onde continuei fazendo dança do ventre e estou até hoje.
            E curiosamente foi exatamente através da dança do ventre que, quase por acidente, tomei contato pela primeira vez com a dança cigana. Senti necessidade de fazer aula de dança mais vezes por semana e por isso, assim que abriu a primeira turma de dança cigana no Asmahan, resolvi fazer dança cigana além da dança do ventre. De início, comecei a fazer aula com a professora Yasmin Rajal e depois, como ela infelizmente teve que sair devido a impedimentos físicos, continuei com a mestra Annya Kalitsch, que entrou em seu lugar.
            De início eu achava que fosse ser simplesmente “só mais uma dança”, afinal até então nenhuma outra dança (por mais que eu goste de todas) tinha tocado tão profundamente na minha alma quanto a dança do ventre. Porém, o momento crucial em que, digamos, “as barracas foram fixadas” foi na primeira apresentação que fizemos com a Annya, no carnaval das culturas no ano passado. Da minha bagagem de dança do ventre sempre aprendi que toda dança pede uma expressão fácil (emoção) condizente com ela e que deve ser passada ao público para que esta seja aproveitada ao máximo, então perguntei à Annya que expressão seria condizente com a dança cigana. Ao que ela me respondeu: “Alegre e principalmente sempre de cabeça erguida, isso porque em toda a sua história os ciganos sempre foram párias, imagina então se, pra completar, eles ficassem de cabeça abaixada.”
            Foi aí que a dança cigana conseguiu de fato tocar meu íntimo, pois pra mim, que tive a minha auto-estima destruída por ter sofrido bullying durante muito tempo e que em grande parte devo sua reconstrução à dança do ventre, aprender a andar sempre de cabeça erguida é fundamental, não só na dança como também na vida. Confesso que ainda sinto um pouco de dificuldade e de vez em quando me pego olhando pra baixo, mas um dia tenho certeza que conseguirei chegar ao nível “cigana metida”.Também, não sei se pelo fato de meus antepassados terem vindo do Leste Europeu (Letônia), tem algo a mais na dança cigana que parece de certa forma me chamar. Como se alguma avó ou bisavó minha tivesse me aconselhado a fazer e continuar na aula.
Mas por fim, está aí, graças a todas essas influências hoje posso dizer que em minha alma existe um edifício de dança do ventre e do ladinho dele (de forma bem parecida com muitos países europeus) um acampamento cigano em que toda quarta se acendem todas as fogueiras.

Amanda Andermann (Quem sabe futuramente Malika Simza?)

Chá Cigano em Niterói

Wlad e  Esmeralda honrados com a homenagem 


No dia 31 de agosto às 16h acontece o Chá Cigano do GEPA (Grupo Espiritualista Pescadores de Almas) no centro de Niterói. O evento irá trazer apresentação de Dança Cigana (ainda não sei quem irá se apresentar, mas assim que souber atualizo!), Bazar Beneficente, além de sorteio de brindes.

Confesso que fiquei sabendo do evento bem por acaso. Frequento essa casa espiritualista esporadicamente desde 2008. Mas, só no ano passado, descobri que havia uma linha cigana lá dentro. Porém, nem desconfiava que organizavam eventos de homenagem (ignorância é uma droga... Rs). Bom, ao ver o comunicado do Chá, tive que garantir logo minha presença... Afinal, não é sempre que consigo ir lá devido a incompatibilidade de horários. Bom, nada tenho a ver com a organização do evento, mas me senti no dever de divulgar. Até fiz cigano Wlad e cigana Esmeralda (que integram o altar cigano daqui de casa) de garotos-propaganda... Rs.

A casa fica na Rua São João 194 - Centro/ Niterói (Sobrado) - quase na esquina com a Visconde de Sepetiba que é a rua da prefeitura nova.

Outras informações no tel do GEPA (21) 2618-0984

A entrada é R$ 10

OBS: Não estou organizando, nem vendendo convite, apenas comunicando sobre o evento...


Para entrar no clima... RS

quinta-feira, 25 de julho de 2013

Quando o povo cigano acampou na minha vida ...

Desde que me entendo por gente, o universo místico sempre me interessou... Mesmo sem o encorajamento de minha família, e sem compreender exatamente como funcionava, eu sempre quis ir a todos os oráculos. Acho que minha primeira revistinha de João Bidu, sobre astrologia, foi comprada quando eu tinha uns 10 ou 11 anos ... 

Sempre achei belo o visual das ciganas e a forma como elas dançam, mas confesso que não sabia diferenciar a dança cigana da dança do ventre. Aos 12 anos, quando a Rede Globo exibia "Explode Coração", eu assistia a novela justamente por serem os ciganos o tema central (e também para rir da péssima atuação do cigano Igor é claro... Rs). No mesmo ano, na escola, alguma professora, que não me recordo de que matéria, propôs um trabalho em grupo sobre a Cultura Cigana. Meu grupo que seria o primeiro a apresentar, no sorteio de temas, recebeu o Casamento Cigano. Eu fui a primeira a falar lá na frente (escolha minha porque eu ficava mais nervosa era de esperar pela minha vez de apresentar, coisas de ariana.. Rs). Eu nem preciso dizer que esse deve ter sido o trabalho escolar que eu mais gostei de fazer, não é...



Em 2011, estava eu e Mariana Kexfe, em um evento beneficente pela causa animal (outra paixão minha! Rs), no restaurante vegano Refeitório Orgânico, em Botafogo, quando houve apresentação de Dança Cigana e Dança do Ventre. Sem ter ideia de como isso viria a mudar o curso de nossas vidas, comentei com Mariana como eu curtia assistir aquelas danças e que tinha vontade de fazer aula, mas sozinha não me animava. Foi aí que ela respondeu, para minha total surpresa: "Ah! Eu já fiz dança cigana...". Quando ela respondeu isso, eu me entusiasmei demais. Pensei: Nossa que legal! Agora crio coragem de fazer aula... Como a vida não é um curta metragem, ela caminhou lentamente até que em agosto de 2012, eu estava saindo do meu curso preparatório para concursos, quando passei o olho, totalmente por acaso, no letreiro do prédio comercial e descobri que no andar de cima da minha sala, tinha uma escola de dança que ensinava justamente Dança Cigana. Animada liguei para Mariana, que topou entrar na aula. Integramos a turma iniciante do Asmahan em setembro do ano passado. A profª Annya Kalistch com sua doçura, alegria e paciência ensinou meus primeiros passos no Rom. Mariana permanece tendo aula com ela até hoje (OPTCHÁ!!!), mas eu precisei sair por questões de trabalho. Mas, assim que der voltarei... 

Sentia muita falta da dança (ainda sinto..), sobretudo, de poder usar minhas roupas ciganas, então para suprir essa ausência decidi, além de ir a eventos ciganos, estudar Baralho Cigano (durante o curso descobri que nem foram os ciganos que inventaram esse oráculo, mas certamente ajudaram bastante na divulgação mundo à fora). Até já tinha ouvido falar de Tânia Durão, mas durante minha busca por gente para me dar aula, ela foi tão recomendada (seja em quantidade de pessoas falando como em elogios rs) que fui procurá-la. Então com seu carisma, eficiência e simpatia (e um toque de instinto maternal! rs), ela me ensinou as cartas ciganas. Fiquei tão feliz por conhecê-la e aprender o baralho cigano! Nem queria que as aulas acabassem... Rs. Mas, como tudo na vida acaba para início de outra fase, as aulas terminaram, mas ainda conto com o apoio e incentivo da minha mestra. Enfim, amo poder ajudar os outros através do Lenormand... Aliás, o baralho cigano me despertou tanto interesse que continuo estudando em casa e resolvi criar, em parceria com Mariana (sim, ela já havia estudado Lenormand antes de mim!!! rs), esse blog para compartilhar experiências e estudos sobre ele. Além de divulgar a cultura e os eventos ciganos, em geral...

Resumindo: a cultura cigana, até agora, já trouxe mais alegria a minha vida, novas amizades, mais estudo e a prática do bem ao próximo... Optchá!!!

segunda-feira, 8 de julho de 2013

Nasce o Mente Cigana!

Obra de Van Gogh inspirada no povo cigano
Fruto da admiração pela arte cigana, sobretudo a alegria e beleza da dança, aliado ao gosto pelo estudo do baralho cigano nasce, inesperadamente hoje, durante a segunda segunda-feira do sétimo mês do ano de 2013, sob o sol em Câncer, o Mente Cigana. 

A proposta do blog é reunir textos sobre a Cultura Cigana, o Estudo do Baralho Cigano (Lenormand) Eventos Ciganos entre outros. 

Como o povo cigano invadiu minha vida meio que "por acaso" (para mim essa expressão sempre tem um propósito ainda que oculto aos ingênuos olhos humanos), mas tal como a carta 1 do baralho (O Cavaleiro) chegou à galope mudando muita coisa no que diz respeito ao meu lado espiritual, decidi, em parceria com minha amiga Mariana Kexfe, fundar esse singelo blog para começarmos no imersão nas artes ciganas. Como não somos egoístas, compartilharemos nossos estudos e artes aqui com vcs caros internautas.

Sob a proteção da Estrela do Oriente e do povo cigano, começamos agora os trabalhos (que durarão
por muito e muito tempo). Assim Seja!

OPTCHÁ!!!